Bomba em Havana: Fidel renuncia e deixa o poder!

Em 20/02/2008 13h52 , atualizado em 20/02/2008 13h53 Por Camila Mitye

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Mais uma grande mudança no cenário político mundial marca esse 2008: Fidel Castro “deixa” o poder em Cuba. As aspas servem para mostrar que ele não sairá completamente de cena. Depois de quase meio século no poder, “El Comandante” (apelido de Fidel em Cuba) continuará atuando com suas “reflexões” (como ele nomeou suas recentes cartas, desde que se afastou), suas opiniões e a força de sua presença como chefe do Partido Comunista.

Você deve estar se perguntando: O que muda em Cuba com a saída de Fidel? Em primeiro lugar, devemos lembrar que como seu substituto, provavelmente, será eleito seu irmão, Raúl Castro, de 76 anos. Raúl é companheiro de Revolução de Fidel (foi ele quem apresentou Ernesto “Che” Guevara ao irmão) e dirige o exército cubano há quase 50 anos.

Ao contrário do governo personificado representado pela “liderança pessoal” de Fidel, o governo “raulista” até então (e provavelmente continuará) representa o Partido como um todo. As mudanças devem acontecer gradativamente e serão poucas (pois Fidel continuará influenciando muitas das decisões do irmão). Provavelmente, as pequenas mudanças que acontecerem no país devem seguir o modelo da China, outro país de tradições comunistas.

Miséria e "sufoco"

Em Cuba, a população ganha em pesos cubanos e compra em pesos conversíveis. O que significa que, ao comprar um objeto no valor de 70 pesos conversíveis, uma pessoa gastou aproximadamente 875 pesos cubanos, o triplo do salário de muitos cubanos. A maior reclamação do povo é que, apesar da igualdade social prevalecer em Cuba (o que há para um há para todos), essa política impede a prosperidade pessoal. Ou seja, a população acaba sendo nivelada por baixo.

Cuba é uma pequena ilha que vive o que alguns chamam de “sufoco político” (saiu da ditadura de Fulgêncio Batista em 1959, com a Revolução Cubana, para cair na ditadura de Fidel e a família Castro, que se perpetuou no poder). No país, há 58 prisioneiros políticos, condenados por opor-se ao governo comunista de Fidel.

Além disso, a educação e a saúde, dois aspectos considerados fortes do país, andam mal. A população reclama que os bons médicos de Cuba são enviados para Venezuela e outros países, deixando a população à míngua e que, nas escolas, faltam materiais para os alunos.

Uma das promessas de Raúl é reativar a agricultura cubana, para dar mais opções de alimentação ao povo e economizar com importações. Além disso, o irmão de Fidel sugeriu amenizar o “excesso de proibições” no país (estaria falando em abrandar as proibições para migrar de Cuba?).

Amado e odiado

A pequena ilha caribenha e seu povo muito sofreram desde o início da Revolução. Fidel resistiu bravamente a todas as tentativas de assassinato (constam mais de 300) e à obsessão de presidentes norte-americanos em derrubá-lo. Entre os cubanos há quem o ame e quem o odeie, assim como entre os lideres mundiais. Muitos consideram Hugo Chávez, Presidente da Venezuela, o próximo Fidel Castro que a América conhecerá.


Chávez: o próximo Fidel?

Ame-o, odeie-o, queira-o morto, Fidel Castro, depois de mais de 40 anos no poder, despede-se do posto de líder supremo de Cuba, país que ajudou a moldar e que o fez entrar para a história mundial.

E você, o que acha da renúncia de Fidel? Qual sua opinião sobre o governo de Fidel em Cuba? O que pensa sobre o modelo político cubano e sua relação com o mundo? Cuba irá sofrer mudanças ou Fidel continuará a comandar por trás das cortinas? Não deixe de opinar!

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